A conselheira federal Fernanda Marinela, que fez a convocação do Desagravo, disse que acontecimentos dessa natureza geram revolta e medo na classe. "Coloca em risco o exercício da nossa profissão, com a prática criminosa dos autores do atentado contra a Maricélia, que estava apenas cumprindo seu papel, e os interesses de forma profissional de sua cliente, no exercício da advocacia, que é tido pela Constituição Federal como função essencial à Justiça. A concessão desse desagravo é ato de Justiça firme eloquente do Conselho Federal, não apenas para Seccional de Alagoas, mas por todas as seccionais e subseções existentes no nosso país, servindo de afirmação às franquias das nativas e das instituições das funções da advocacia, de modo a proteger a altivez de advocacia dando efetividade às nossas garantias constitucionais estatutárias e por que as prerrogativas são exercidas pelos advogados e advogadas que elaboram todos os dias, mas pertencem também ao cidadão, logo devemos exigir o respeito da advocacia da parte contrária no processo, que defende interesses contrários aos seus".
Emocionada, a advogada Maricélia Schlemper agradeceu aos estudantes da Faculdade onde concede aulas e a todos os presentes no Desagravo. "No dia do ocorrido, eu estava no exercício do meu trabalho, que sempre foi minha força, e o Bill sempre me deu muita força. Agradeço ao Conseg, que me acompanha. Sem os seguranças eu não conseguiria nem sair de casa. O Bill foi embora, mas nasceu um herói, que se mostrou a pessoa mais heroica, que gostava tanto do mundo Marvel, e acabou se tornando um herói. Obrigada de coração".
Presidente da OAB Alagoas, Nivaldo Albuquerque pediu eficiência na reformulação da segurança para a categoria. "Segurança nos Foros, das instituições, afinal o crime ocorreu no estacionamento do fórum e isso mostra a vulnerabilidade, não somente para os advogados, mas, sobretudo, para todos os operadores do Direito - os juízes, magistrados, defensores, serventuários, que por aqui circulam. É preciso repensar o sistema de segurança das unidades da Justiça".
José Alberto Simonetti, secretário-geral do Conselho Federal da OAB, disse que essa causa une a categoria porque coloca em risco a atividade profissional da advocacia. "Casos como esses arrastam a advocacia brasileira toda a uma comoção só. A OAB Nacional se consorcia à OAB de Alagoas, para que nós possamos amparar e dar suporte à doutora Maricélia, possamos buscar a aplicação correta da lei penal na busca da aplicação correta da lei penal, para que esse caso não seja esquecido e que tenha uma decisão muito mais definitiva do que pedagógica para aqueles que tentam atentar contra os direitos relativos à democracia".
O CASO
A advogada Maricélia Schlemper foi vítima de um atentado no dia 9 de março. O episódio de violência acabou tirando a vida de José Benedito Alves de Carvalho, esposo de Maricélia e bacharel em Direito.
Profissionais credenciados na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional Alagoas e em outras seccionais participaram, nesta segunda-feira (30), do Desagravo Público em favor da advogada Maricélia Schlemper. O momento aconteceu durante a manhã, em frente ao Fórum do Barro Duro, em Maceió, local onde ocorreu o crime que vitimou o esposo da advogada em um atentado contra a vida da profissional do Direito.O advogado, ex-procurador da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) e integrante do Conselho de Segurança de Alagoas (Conseg), Fábio Ferrario, participou do momento, junto de advogados, dos conselheiros federais e estaduais, e afirmou que situações de conflito existem e é necessário tomar uma iniciativa para coibir casos como o da advogada Maricélia Schlemper.
"Tentaram matar uma advogada com balas assassinas. É uma situação recorrente, as ameaças, porque há uma confusão entre os advogados e eventuais partes do processo. A sociedade e a classe precisam reagir, porque esse ataque é uma ameaça ao advogado, é uma ameaça à cidadania", disse o advogado Fábio Ferrario.