31/08/2021 às 09h34min - Atualizada em 31/08/2021 às 09h34min

PROGRAMA ‘AVC DÁ SINAIS’ REALIZA PRIMEIRA TROMBECTOMIA MECÂNICA EM PACIENTE ALAGOANA

Procedimento foi realizado na Santa Casa de Maceió e, posteriormente, passará a ser feito no Hospital Metropolitano

- Suely Melo
https://alagoas.al.gov.br/

Criado para identificar e tratar adequadamente os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, o programa “AVC Dá Sinais” realizou, na sexta-feira (27), o primeiro procedimento de trombectomia mecânica em uma paciente alagoana.

A doença cerebrovascular, que é uma das que mais mata e causa incapacidade no mundo, é caracterizada por uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, que compromete a circulação de sangue em alguma região do cérebro. A trombectomia mecânica faz a retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, através de uma punção feita na veia femoral com o uso de um cateter.

O médico e coordenador do programa “AVC Dá Sinais”, Matheus Pires, informou que a paciente submetida ao procedimento tem 53 anos e é hipertensa. Ela procurou o Hospital Geral do Estado (HGE) com menos de duas horas após sentir os sintomas do derrame. Lá, foi avaliada e rapidamente passou por uma tomografia, que indicou a realização de uma trombólise de urgência.

Primeiro foi feita a trombólise venosa [injeção de uma medicação para a dissolução do coágulo], que é realizada até quatro horas e meia do início dos sintomas, mas como o caso era bastante grave, o procedimento não foi considerado eficaz. Por isso, a paciente foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Santa Casa de Misericórdia de Maceió para a realização da trombectomia mecânica, que foi executada pelos neurocirurgiões Rodrigo Peres e Cícero Pacheco.

 “A trombólise para ela não foi eficaz. Somente 30% dos pacientes com trombo proximal, que é o que ela tinha, conseguem ter um benefício da trombólise. Aí é que entra a trombectomia mecânica, que é um procedimento endovascular que precisa de uma sala de hemodinâmica e da utilização de cateterismo cerebral, que tem como objetivo fazer a retirada mecânica daquele coágulo. Então, por retirada ou sucção ou com alguns dispositivos, ele vai conseguir retirar mecanicamente aquele coágulo”, explica Matheus Pires.

Após a realização do procedimento, a paciente voltou para o HGE, onde segue sendo acompanhada pelos profissionais de saúde. Dentro de alguns meses, a trombectomia mecânica começará a ser feita no Hospital Metropolitano (HM).

“O procedimento tem um custo altíssimo. O programa terá a trombectomia no Hospital Metropolitano, que vai ter uma hemodinâmica com tecnologia suficiente. Só que nesse intervalo, para não perdermos a possibilidade de tratamento, os pacientes vão ser feitos por vias de pactuação com a Santa Casa, mas, posteriormente, todas serão feitas no Metropolitano”, salienta Matheus Pires.

A trombectomia mecânica é indicada desde 2015, mas somente em fevereiro deste ano o Ministério da Saúde (MS) publicou uma portaria a incorporando como tratamento inteiramente pago e disponibilizado pelo Serviço Único de Saúde (SUS).

“AVC Dá Sinais” – O programa, que teve início no dia 23 de agosto, já atendeu 23 casos, realizou quatro trombólises e uma trombectomia. A iniciativa é pioneira em todo o país tornando Alagoas o primeiro Estado a dispor de uma rede de cuidados específica para o problema.

Antes, Alagoas contava apenas com uma unidade de AVC, que funciona no Hospital Geral do Estado (HGE). Agora, também serão porta de entrada para doença, o Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), o Hospital Regional da Mata (HRM), o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), além de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).


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