23/09/2021 às 13h48min - Atualizada em 23/09/2021 às 13h48min

EM UM MÊS, PROGRAMA AVC DÁ SINAIS REALIZA 164 ATENDIMENTOS E ABRE AMBULATÓRIO PÓS-AVC

- Bia Alexandrino
https://alagoas.al.gov.br/

Pioneiro na criação de uma rede de cuidados para os pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), o Programa AVC Dá Sinais teve, em um mês de funcionamento, 164 casos discutidos pelo aplicativo de telemedicina. Todos com conduta definida e tratamento disponibilizado. Além disso, nesta quinta-feira (23) será aberto o Ambulatório Pós-AVC para atender os pacientes contemplados pelo Programa.

Os casos de AVC exigem agilidade na comunicação entre a equipe hospitalar e os serviços de atendimento pré-hospitalar. Por isso, o Programa AVC Dá Sinais conta com um aplicativo de telemedicina, onde é rapidamente definida a conduta e a transferência dos pacientes que podem estar sendo acometidos pela doença.

Para os casos de AVC agudo, as terapias reperfusionais – ponto-chave para evitar a morte e as graves sequelas – podem ser a trombólise (injeção de uma medicação para a dissolução do coágulo) ou a trombectomia mecânica (retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, através de uma punção feita na veia femoral ou radial com o uso de um cateter).

A janela de tempo para a trombólise é de quatro horas e meia do início dos sintomas. Depois desse tempo até a oitava hora do início dos sintomas faz-se a trombectomia mecânica. Mas quando o paciente procura ajuda fora da janela de tempo ideal, outras condutas são definidas pela equipe, de tal maneira que o paciente sempre recebe o serviço adequado.

Josefa Teles de Farias, 66 anos, mãe de três filhas, foi uma das pacientes atendidas no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), no dia 9 de setembro deste ano. Ela foi encaminhada da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho para o HMA, depois de acordar se queixando de fortes dores de cabeça, dormência nas pernas e dificuldade de falar.

Ao chegar ao HMA, ela fez os exames necessários e foi submetida a uma trombólise para a dissolução do coágulo que estava provocando o AVC. A paciente ficou internada no HMA uma semana até receber alta no dia 15 de setembro, e já tem um retorno marcado no Ambulatório Pós-AVC. Atualmente está se recuperando na casa da filha mais nova, no município de Paripueira.

“Eu fui muito bem atendida lá, todos me trataram bem e toda hora tinha médico me atendendo. Sou muito grata a todos que me atenderam, porque cheguei lá sem conseguir falar, nem andar e saí de lá boa”, comemora dona Josefa. “Eu recomendo que as pessoas se cuidem, para não adoecerem. Mas se precisarem, podem contar com o Hospital Metropolitano de Alagoas, porque lá é muito bom”, afirmou.

Sobre os atendimentos realizados pelo programa – O neurologista Matheus Pires, coordenador do Programa AVC Dá Sinais, afirma que dos 164 casos discutidos pelo aplicativo,foram realizadas 20 trombólises venosas e 5 trombectomias mecânicas. “Temos que levar em consideração que alguns casos acabam não sendo AVC, então atendemos também casos de hipoglicemia, crise convulsiva, pico pressórico. Todos os casos foram discutidos e tiveram a conduta adequada realizada”, explica o neurologista.

Matheus Pires afirma também que o Programa tem o objetivo de reduzir a mortalidade, as sequelas e o tempo de internamento. “O Programa AVC Dá Sinais é algo revolucionário na saúde pública em nível nacional. Temos as unidades de atendimento do SUS de um estado interligadas, com neurologista vascular, radiologista e neurointervencionista, todos com o objetivo de avaliar, orientar, indicar e realizar o que existe de padrão ouro no tratamento do AVC agudo no mundo”, continuou.

Tendo em vista a incidência de casos de AVC na população brasileira e a população alagoana, a coordenação do Programa estima que poderão ser atendidos cerca de 300 casos de AVC por mês e a meta é que em novembro deste ano o Estado alcance 100% de sua capacidade de atendimentos.

O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, lembra que o AVC é a segunda maior causa mortis do Estado de Alagoas, ficando atrás apenas dos problemas oncológicos. “Antes, Alagoas só contava com uma unidade de AVC para atender toda a demanda do Sistema Único de Saúde [SUS] estadual. Agora, o Estado já tem quatro unidades de referência para o tratamento do AVC e, em breve, passará a dez unidades ao todo”.

Atualmente, as unidades de referência em AVC estão no Hospital Geral do Estado (HGE) e no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), ambos em Maceió. Estão também no interior do Estado, no Hospital Regional da Mata (HRM), no município de União dos Palmares, e no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca. Além disso, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) estão capacitados para receber os pacientes como porta de entrada.

Sobre o ambulatório – O ambulatório pós-AVC, que será aberto nesta quinta-feira (23), no aniversário de um mês do Programa AVC Dá Sinais, vai atender os pacientes contemplados pelo Programa que ficaram internados no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), uma das unidades de referência em AVC.

O objetivo do ambulatório é realizar a reabilitação dos pacientes, uma vez que o AVC pode deixar graves sequelas neurológicas, como dificuldade em falar, dificuldade em deglutir e desequilíbrio. O atendimento ocorrerá no HMA e será multiprofissional, contando, assim, com fisioterapeuta, fonoaudióloga e neurologista vascular.

Rebeca Teixeira, neurologista vascular e supervisora da unidade de AVC do HMA explica que é importante a continuidade do tratamento, de forma integral, desde a fase hiperaguda até a reabilitação. “Após a terapia de fase aguda o paciente precisa de investigação adequada para descobrir a causa do AVC e, desta forma, impedir a recorrência de um novo evento”, esclareceu.

“Além disso, a reabilitação muda o desfecho funcional desses pacientes e, por isso, nosso ambulatório contará com a equipe multiprofissional que atendeu estes pacientes na unidade de AVC para dar continuidade ao tratamento”, concluiu a supervisora.

Sobre o AVC – Os sintomas do AVC são alteração da fala e do movimento dos membros, tontura, dor de cabeça repentina, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência e sonolência, dormência nos braços e pernas e boca torta ao falar ou sorrir. Caso sejam identificados esses sintomas, o Samu (192) deve ser acionado imediatamente, mas o paciente pode também se dirigir a uma UPA ou diretamente a um dos hospitais de referência, desde que seja porta de entrada.

Como prevenir o AVC – Para prevenir o AVC, os fatores de risco devem estar sob controle, além do acompanhamento médico regular. Dessa forma é importante:

- Ter o controle da hipertensão arterial;

- Fazer o tratamento do diabetes;

- Reduzir os níveis de colesterol;

- Praticar regularmente exercícios físicos;

- Não fumar ou parar de fumar;

- Não fazer uso de drogas ilícitas;

- Realizar o tratamento da síndrome da apneia do sono.


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