24/06/2022 às 06h38min - Atualizada em 24/06/2022 às 06h38min

Cresce o número de dependentes químicos que buscam tratamento em Alagoas

Foto: Secom Maceió

Dados atualizados da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) mostram que a Rede Acolhe, programa para tratamento de dependentes químicos do Governo de Alagoas, registrou um aumento de 10,5% na procura por tratamento contra dependência química em 2022. De janeiro a junho deste ano, o programa contabilizou 2.343 encaminhamentos para comunidades terapêuticas, sendo 2.150 homens, 91 mulheres e 102 adolescentes de ambos os sexos.

No mesmo período, de janeiro a junho de 2021, os encaminhamentos somaram 2.123, sendo 1.940 homens, 54 mulheres e 129 adolescentes de ambos os sexos. Nos dois anos, a maioria dos casos teve relação com o uso de crack, cocaína, maconha, tabaco e álcool, além de substâncias menos conhecidas, como os solventes. Ao todo, o ano de 2021 fechou com 4.505 encaminhamentos.

Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a dependência em drogas - lícitas e ilícitas - uma doença que merece tratamento. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, maconha, cocaína e crack é um problema de saúde pública de ordem internacional que tem preocupado nações ao redor do mundo por afetar severamente valores sociais, culturais, econômicos e políticos.

Diante disto, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 26 de junho como Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas com o objetivo de conscientizar a população de todo o planeta acerca dos riscos e consequências do uso de entorpecentes e estimular ações de combate à dependência química e ao tráfico de drogas. O marco é evidenciado no Brasil durante toda a Semana Nacional de Política sobre Drogas.

A coordenadora do Centro de Acolhimento de Maceió, Julyana Gomes, explica que a dependência em uma ou mais substâncias é uma questão multifatorial e costuma estar associada a uma somatória de fatores, como fatores biológicos, comportamentais e sociais. Ela explica que cada substância provoca impactos em diferentes graus e alerta para os diversos efeitos colaterais decorrentes da dependência e do consumo indevido de álcool e outras drogas.

“Há uma série de consequências na vida do dependente químico que podem afetar completamente a sua rotina: faltar o trabalho, perder o interesse em atividades que antes lhe davam prazer, isolamento social - começando com o afastamento de familiares e amigos, o endividamento decorrente da aquisição de entorpecentes, o que muitas vezes leva a pessoa a se desfazer de bens como casa e carro, além das consequências físicas como lesão no fígado, destruição de neurônios, desenvolvimento de doenças psiquiatrias, entre outros”, relata a coordenadora.

Jeová Marcelino, de 41 anos, é um grande exemplo de quem superou esses riscos com a ajuda profissional da Rede Acolhe. Após seis meses de tratamento contra o abuso de álcool, ele participou do curso de frentista oferecido pela Seprev e conquistou um emprego permanente em um posto de gasolina de Maceió. Recentemente, ele ingressou no curso de salgadeiro do SENAC, também com a ajuda da Seprev, e vê na formação uma oportunidade de abrir seu próprio negócio.

“Para mim, que gosto de cozinhar, esta é uma ótima oportunidade. Meu pensamento agora é trabalhar muito, principalmente na cozinha, e já estou com um projeto para abrir um negócio de salgados fritos. Agradeço a Deus e ao Governo de Alagoas, que por meio da Seprev está nos ajudando a ter uma vida saudável e uma postura melhor na sociedade”, comenta o ex-acolhido.

BUSCA POR TRATAMENTO

É possível combater a dependência e abandonar o vício, mas para isso é necessário entender as questões individuais que levam ao consumo de drogas e oportunizar o tratamento adequado.

“Este índice de aumento no número de encaminhamentos de dependentes químicos para tratamento em uma das comunidades acolhedoras da Rede Acolhe representa o fortalecimento das Políticas sobre Drogas nos últimos anos em Alagoas, sobretudo no que se refere aos investimentos feitos pelo Governo do Estado e o conhecimento da população sobre os riscos do consumo de álcool e drogas”, enfatizou o titular da Seprev, Kelmann Vieira.

Para quem busca tratamento em uma das comunidades acolhedoras credenciadas ao Governo de Alagoas o atendimento pode ser feito em um dos três Centros de Acolhimento, que ficam em Maceió, Arapiraca e Santana do Ipanema, ou agendando uma visita das equipes técnicas pelo número 0800.280.9390.


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