13/05/2023 às 09h54min - Atualizada em 13/05/2023 às 09h54min

Em 2022, AL registrou mais de 900 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes

Foto: Reprodução

Alagoas registrou, em 2022, 952 casos de violência sexual, sendo 312 entre crianças na faixa etária de 0 a 9 anos de idade. Os dados são do Ministério da Saúde (MS). No entanto, o número pode ser ainda maior, já que há subnotificação, ou seja: muitos casos não foram denunciados.

O mês de maio é conhecido pela campanha Maio Laranja que traz o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

Segundo Camille Wanderley, gerente da RAV, a campanha é fundamental para a conscientização sobre a problemática do abuso e da exploração sexual das crianças, principalmente porque ela afeta uma faixa etária da população totalmente indefesa, que dispõem da menor estrutura linguística, onde a maioria dos agressores são membros da própria família.

“Este tema é complexo, mas deve ser enfrentado, não apenas neste mês, não apenas neste ano, mas necessita e está sendo uma prioridade da atual gestão, enfocada de forma intersetorial, com ações planejadas e executadas de forma integrada, resolutiva, eficaz e não de revitimização”, destaca.

Para orientar os municípios alagoanos nas ações referentes ao Maio Laranja, a Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) lançou o Guia Digital, Prático e Interativo ‘Todo Dia é 18 de Maio’. O guia está disponível para download no site da Secdef (secdef.al.gov.br).

Segundo a especialista em saúde da família pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com formação em diagnóstico de abuso sexual infanto-juvenil, Luana Marcolino, o principal sinal a ser observado é a mudança brusca de comportamento de forma inesperada.

Neste momento a criança pode ficar mais quieta, calada, retraída, ou agressiva com familiares, colegas de escola, bichos de estimação ou até brinquedos e itens pessoais. Vale a pena observar também alterações de humor, medo ou vergonha excessiva.

“Pais, mães ou responsáveis precisam estabelecer uma relação de confiança com a criança ou adolescente. Explicar sobre os cuidados com as partes íntimas e ensinar de forma didática equivalente a idade, sobre os limites do corpo", ressaltou a especialista.

Outro ponto importante que se faz necessário à atenção são as doenças psicossomáticas, que são reações físicas, considerados problemas de saúde sem um motivo aparente como dor de cabeça, erupções na pele, vômitos, diarréia e até mesmo febre.

"Ensinar que não se pode ter segredos com mãe, pai e/ou responsáveis também é um importante aliado. Cuidado e atenção nunca é demais, crie um ambiente familiar e seguro, busque saber com quem estão, onde estão, e o que estão fazendo, supervisione redes sociais, e oriente sobre os cuidados que se deve ter. E nunca desconsidere os sentimentos da criança ou adolescente”, explicou Luana. 

A Campanha

O mês de maio é marcado pela campanha nacional de combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes. A iniciativa tem como marco histórico o caso ocorrido em 18 de maio de 1973, com uma criança de apenas 8 anos de idade, chamada Araceli, que foi sequestrada, drogada, violentada e assassinada em Vitória, no Espírito Santo, e onde os acusados de matá-la foram absorvidos e o crime, considerado hediondo, permanece impune até hoje. O caso ganhou grande repercussão e foi instituída a Campanha Maio Laranja em todo território nacional, por meio da Lei nº. 14.432/2022.


por - Cada Minuto 


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