11/07/2023 às 20h46min - Atualizada em 11/07/2023 às 20h46min

Justiça determina retirada de vídeos com teor homofóbico feitos pelo pastor André Valadão

Vídeos que devem ser excluídos estão em perfis da Igreja Batista da Lagoinha, do pastor e também em veículos de imprensa. O pastor disse que suas falas foram deturpadas.

Nesta segunda-feira (10/6), o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) determinou a retirada de vídeos do pastor André Valadão, presentes na web, com teor que incite violência ou discriminação contra a população LGBTQIAP+.

Os conteúdos estão publicados no Instagram e no YouTube.


No total, nove vídeos devem ser retirados do ar. Entre eles está o do culto que teve como tema:"Deus Odeia o Orgulho". Outro vídeo mostra Valadão sugerindo que "se pudesse, Deus mataria a população LGBTQIA+" e disse para "os fiéis irem para cima".


O conteúdo está hospedado em perfis da Igreja Batista da Lagoinha e do pastor na internet, além de veículos de imprensa. 


'Excedeu os limites'


A decisão do juiz federal José Carlos Machado atendeu parcialmente a uma ação civil pública do Ministério Público Federal de Minas Gerais da semana passada. Ele determinou que o conteúdo seja retirado do ar em até cinco dias sob pena de multa de R$ 1 mil por dia para as empresas.


O magistrado disse que o pastor "tem influência sobre um número significativo de fiéis e seguidores" e que "excedeu os limites da liberdade de expressão e de crença". Ainda segundo a decisão, a continuidade das publicações podem causar "desestabilização social" pelo "potencial homofóbico e transfóbico".


O juiz se baseou na decisão do STF que equiparou o racismo à homotransfobia e citou pontos da Constituição Federal que dizem que o respeito à liberdade de expressão na internet deve seguir os princípios de respeito aos direitos humanos e à diversidade.


Pastor alega fala 'fora do contexto'


Na segunda-feira (10), por meio das redes sociais, o pastor André Valadão se manifestou oficialmente pela primeira vez sobre o assunto. Alegou que "o nível da deturpação, ataque e cancelamento tem sido indizível". Também disse que as falas foram tomadas "fora de um contexto" e isso tem causado em um "dano terrível" a ele e sua família.


Em nota, o pastor disse que não foi notificado da decisão judicial.


Com G1



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