Acusado de matar o menino Márcio Kauã Ferreira Acioli, de apenas dois anos, o réu Fernando Henrique da Andrade Olegário será julgado por homicídio qualificado, comunicação falsa de crime e fraude processual, nesta terça-feira (25).
O júri popular será conduzido pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara Criminal, a partir das 8h, no Fórum da Capital.
Consta nos autos que Kauã foi morto em 18 de abril de 2022, no bairro do Benedito Bentes, em Maceió, ao sofrer traumatismo craniano por instrumento contundente, de acordo com a perícia. O menino havia sido deixado pela mãe sob os cuidados de uma adolescente, que mantinha um relacionamento com Fernando e estava com ele no dia.
Em depoimento, a adolescente contou que estava no banheiro quando ouviu um barulho e em seguida viu Kauã se debatendo no chão. Porém, Fernando pediu que ela contasse à mãe de Kauã uma história falsa, de que o menino havia desaparecido próximo a um ponto de ônibus, para encobrir a verdade.
A adolescente contou ainda que Fernando enrolou a criança já morta em uma camisa e levou o corpo para um matagal, no Benedito Bentes. O réu então informou às autoridades policiais sobre o suposto sumiço.
Após constatar que as câmeras de segurança da região não mostravam a presença de Fernando ou da adolescente no local onde o menino teria sido perdido de vista, a polícia questionou o réu sobre o que realmente havia ocorrido.
Fernando inicialmente afirmou que Kauã havia sofrido um acidente, e que apenas teria ouvido um barulho e na sequência visto o menino se debatendo. Depois, o réu mudou a versão, admitindo que bateu em Kauã, e contando que a criança acabou batendo com a cabeça em uma parede ao ser agredido.
O caso
O corpo de Kauã foi encontrado na tarde do dia 28 de abril, em uma área de mata, no mesmo bairro em que despareceu. O cadáver da criança estava em estado de decomposição. No mesmo dia, o casal que tomava conta do menino no dia do seu desaparecimento foi detido e o homem confessou ter matado a criança.
Em depoimento à Polícia Civil, Fernando Henrique de Andrade Olegário confessou que no dia do crime, a criança estava “aperreando” e ele a agrediu com tapas. Segundo o rapaz, Cauã, caiu, bateu a cabeça na parede, teve convulsões e faleceu.
Ainda segundo informações da PC, o crime aconteceu na presença da adolescente, que na época afirmou não ter levado o menino para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para não ser responsabilizada e que a morte da criança teria sido acidental.
O suspeito relatou ainda que as agressões aconteceram na casa de uma cunhada dele e que Cauã foi levado desacordado para a sua residência. Após perceber que o menino não estava mais vivo, ele levou o corpo para um matagal e o cobriu com folhas.
Fonte: Cada