12/11/2023 às 09h41min - Atualizada em 12/11/2023 às 09h41min

No último dia do Enem, professores dão dicas para afastar o nervosismo e atingir bons resultados na prova

O último dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acontece neste domingo (12). Milhares de vestibulandos alagoanos participam do processo, que, muitas vezes, pode causar ansiedade e receio a quem participa do processo.

O CadaMinuto conversou com os professores Josivaldo Melo, de matemática, e Marcos Farias, de física, que compartilharam dicas para este último dia de avaliação e tranquilizaram os alunos quanto à realização da prova.

Atenção com a TRI

O professor de matemática e proprietário de isolada e cursinho pré-vestibular há 20 anos, Josivaldo Melo, explica que todas as áreas do conhecimento abordadas na prova seguem um certo padrão acerca da recorrência dos assuntos. Ele afirma que o foco do aluno deve ser aprofundar os assuntos nos quais tem mais domínio e criar boa base naqueles com alta recorrência na prova.

Segundo o professor, os assuntos que mais caem na prova de matemática do Enem são a Matemática Básica, a Geometria e a Estatística. “Os três assuntos citados compreendem, em média, 70% do exame”.

Ele ressalta que não é produtivo se desgastar mental e fisicamente com assuntos difíceis e que caem pouco. Para ele, o foco principal da preparação deve ser a resolução de questões.

Josivaldo chama a atenção dos alunos para a interferência da Teoria de Resposta ao Item (TRI) na correção das provas, explicando que ela favorece os alunos que seguem uma coerência pedagógica. “Ou seja, resumidamente, as questões fáceis valem mais do que as difíceis”.

“O aluno que, naquele bloco de assuntos, acertar as difíceis e errar as fáceis, será prejudicado em sua pontuação, visto que o algoritmo que corrige a prova entenderá que houve o velho e bom ‘chute’ naquele item, depreciando sua nota”, pontua.

O professor garante que garimpar a prova em busca dos assuntos mais recorrentes e mais fáceis para resolver primeiro ajuda o aluno a economizar tempo, aumentar a autoestima durante a prova e  aumentar as chances de uma boa nota.

Se preparar mentalmente e manter a tranquilidade

Josivaldo destaca que é fundamental ter noção da complexidade do processo de preparação. “O aluno precisa confiar em todo o esforço que fez e montar uma estratégia previamente para seguir”.

“Ter confiança no processo de sua preparação o ajudará bastante a dominar as incertezas e inseguranças advindas em qualquer exame”, reforça.

O professor esclarece que a organização é a chave para manter a tranquilidade durante o exame. Para ele, com uma leitura serena e de forma concentrada é possível eliminar os distratores nas alternativas, além de identificar o conteúdo da questão e a forma mais fácil de resolvê-la com maior velocidade.

Estratégias dos simulados

O professor de Física Marcos Farias explica que as últimas provas de ciências da Natureza, do Enem, foram bem elaboradas e com questões que cobravam habilidades de forma bem específica aos alunos.

Ele reforça que é muito importante ter um bom conhecimento sobre as parte de Mecânica ligada aos movimentos, ter uma boa base quanto a Calorimetria, revisar bem fundamentos e fenômenos Ópticos, fenômenos Ondulatórios e ter uma atenção especial aos Circuitos elétricos e Consumo de energia. “O Enem ama estes tópicos e são aqueles que apresentam maior recorrência na prova”.

Marcos fala que, para este segundo dia, é bom que o estudante ponha em prática as estratégias que, ao longo do ano, praticou nos simulados.

“Sempre recomendo aos meus alunos variar entre 15 questões da área de Ciências da Natureza e 15 questões de Matemática durante o período da prova, dando um carinho especial às questões de nível básico que poderão ajudar no padrão TRI da sua nota”, sugere.

Descanso e refúgio em pequenos prazeres

O professor salienta que o necessário para manter a tranquilidade é confiar em tudo o que fez durante o processo. “Agora é se preparar para uma prova de extensão grande, mas também descansar e procurar refúgio em pequenos prazeres, assim o equilíbrio é mantido para essa última semana”.

Ele argumenta que a prova requer três pilares: conhecimento, estar saudável e equilíbrio emocional. Para ele, é importante o aluno ter calma, paciência e entender que a prova é algo benéfico que o ajudará.

Por fim, o professor destaca a importância da participação familiar durante todo o processo e nesta reta final para a prova. “A ajuda da família é essencial para que o estudante entenda que tem capacidade e apoio para qualquer situação necessária”

Nova formação

A jornalista Julita Bittencourt, de 27 anos, prestou o primeiro dia de provas do Enem no último domingo e afirmou que sente um misto de ansiedade e tranquilidade quanto ao exame. A última vez que participou do vestibular foi há oito anos, quando foi aprovada no curso de Jornalismo, mas ela afirma que a confiança aumentou após o primeiro dia do teste.

“Minha confiança aumentou um pouco, até porque o último Enem que fiz foi há oito anos e não senti muita dificuldade ao responder às questões do primeiro dia da prova, apesar de ser conteúdo mais voltado para atualidades”, comentou a jornalista, que busca uma vaga no curso de Educação Física.

Ela conta que, apesar de não se preparar do modo tradicional, com cursos pré-vestibulares e participando de aulões, ela encara este último dia do Enem com leveza: “Tenho me sentido tranquila, mas ao mesmo tempo ansiosa pelo o que me espera nas provas. Tendo em vista que não me preparei tanto quanto os estudantes, normalmente. E na verdade eu anseio por um novo ciclo, uma nova graduação”.

Não tive nenhuma ajuda ou preparação antes da prova. Mas acredito que seja muito importante e necessário para a maioria dos jovens que estão prestes a fazer a prova que pode decidir o futuro deles e garantir uma vaga em uma universidade pública.

Afastando o nervosismo

Maria Beatriz Lima (nome fictício, a fim de preservar a identidade da entrevistada), de 22 anos, ainda está na universidade, mas decidiu prestar o Enem novamente em busca de uma nova graduação.

Para ela, este último dia de prova vai representar um peso saindo de suas costas: “Eu, particularmente, acho o segundo dia mais fácil para escolher quais questões fazer primeiro e, assim, melhorar o tempo de prova, devido à menor quantidade de textos. Acredito também que alimentar o nervosismo só me atrapalha, então quando o sentimento vem, logo tento afastar esses pensamentos e me manter tranquila”.

“Com certeza, após fazer o segundo dia prova irei sentir um peso saindo das minhas costas. Aí, é só torcer para dar certo, o que eu podia fazer, já estará feito”, avaliou.

A vestibulanda também relatou que sua confiança aumentou após o primeiro dia de avaliação, especialmente devido ao tema de redação. “Apesar ter demorado muito na redação e não ter me dado tão bem em linguagens, não estou fazendo um grande caso, porque as questões do segundo dia, principalmente matemática, são as que pontuam mais”.

Preparação

Maria Beatriz compartilhou que, na semana anterior, focou muito em redação, que estava sendo sua principal dificuldade, e se matriculou em um curso de redação, praticando diariamente repertórios e estrutura textuais.

“Já para humanas, só revisei os conteúdos que mais caem por meio de aulão e vídeos rápidos”, comentou. “Para essa semana, estou assistindo aulas de revisões com os conteúdos mais importantes e fazendo algumas questões. Também evitando fazer atividades de esforço ou que irão me deixar ansiosa/estressada, meu foco é continuar tranquila e pensar só em fazer uma prova no domingo. Importante frisar que boa parte desses pensamentos vem de uma preparação com a minha psicóloga durante o ano todo”.

Ao longo do ano, a universitária conta que sua preparação foi sozinha, já que assinou um cursinho online. “Houve muitos dias que eu não estava motivada a abrir o computador e ter um dia inteiro de aulas, acho que essa foi meu principal desafio, motivação durante o ano todo para estudar por conta própria. É muito diferente ter aula presencial, que você se desloca, tem o contato cara a cara e sem muitas distrações na aula, em casa você precisa de determinação e confesso que foi muito difícil manter o ritmo”, relatou.

“Só na última semana que tive ajuda de uma professora presencial em redação e foi de extrema importância, já que tive um feedback completo do que deveria melhorar. Fora isso, tive muita ajuda com terapia e creio que foi fundamental para o meu comportamento nessa semana, durante a prova e até sobre a incerteza do resultado, definitivamente me ajudou a aliviar a pressão e dividir meus medos”, afirmou.


Fonte: Cada Minuto 


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