21/12/2021 às 07h47min - Atualizada em 21/12/2021 às 07h47min

Mãe encontra larvas no filho internado no HGE, em Maceió, e é chamada de 'porca' pelo médico

Menino de 12 anos está internado há uma semana para tratar de uma pneumonia. Segundo a mãe, larvas foram encontradas próximo à sonda, na barriga da criança. Por g1 AL

G1AL
Credito: Reprodução

Uma mãe que acompanha o filho doente, internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, gravou um vídeo que mostra um médico da unidade chamando ela de 'Porca', após a mulher ter relatado que havia encontrado larvas no leito da criança de 12 anos, que se recupera de uma pneumonia (veja imagens acima).

Na gravação, feita na segunda-feira (13) e divulgada nesta segunda (20), o médico se aproxima com os braços levantados e exaltado.

"Deixe de ser histérica! Não seja porca", diz o médico.

Em entrevista ao g1, Miriam Rafaela, de 31 anos, contou que o filho deu entrada com um quadro de peneumonia no sábado (11), e permanece internado em tratamento na pediatria do hospital, onde foi colocada uma sonda nele. No dia seguinte ao internamento, ela disse que a sonda foi trocada, ela fez uma limpeza e não percebeu nada errado. Somente na segunda (13), Miriam disse que viu uma ferida na barriga da criança, próximo ao local onde fica a sonda.

"As larvas não vieram de dentro da sonda. Existia uma feridinha abaixo da sonda, no local onde fica a borrachinha. Então tudo aconteceu por essa feridinha. Por essa feridinha elas [as larvas] foram fazendo buraco até que saíram por dentro da sonda", disse a mãe.

Em nota, o HGE informou que a mãe tem se mostrado insatisfeita com a velocidade da evolução clínica do paciente e que a criança "apresenta comorbidades prévias e congênitas associadas, o que tornam o tratamento mais prolongado". A nota não menciona a questão das larvas terem sido encontradas na criança, como relata a mãe (leia a nota na íntegra ao final do texto).

Miriam acredita que a ferida surgiu por causa do contato da borracha da sonda com a pele da criança. Ela só viu as larvas quando foi dar banho no filho, dois dias após ele ter dado entrada no hospital.

"Eu estava ensaboando ele, enxuguei, a enfermeira me ajudou a colocar o lençol. Aí ela perguntou 'por que está cheio de sangue?'. Eu disse que não sei, que o cirurgião falou que era normal. Aí ela deu uma puxadinha. De longe, como eu estava do outro lado do berço, quando ela levantou, aí eu vi várias larvas, muitas larvas", relatou Miriam.

Foi nesse momento que os enfermeiros chamaram o médico. Ao chegar no leito, a mãe disse que ele apenas olhou rapidamente para a criança. "Ele simplesmente pegou a sonda, virou e quando viu as larvas disse: 'isso aqui é falta de higiene. Só é limpar isso aí", conta a mãe.

Segundo ela, a ferida aumentou e continua saindo larvas do local. Miriam disse que enfermeiras estão limpando o local três vezes ao dia e o filho está sendo medicado com antibióticos. Não há previsão de alta. Sobre o quadro de pneumonia, o HGE informou que "observa-se melhora clínica significativa no paciente".

Nota de esclarecimento do HGE

O Hospital Geral do Estado (HGE) informa que o paciente J.W.D.B, 12 anos, encontra-se internado sob os cuidados da pediatria. Esclarece que a criança foi admitida já com o quadro pelo qual vem recebendo tratamento, não sendo permitida a divulgação deste diagnóstico, como forma de preservar a integridade da criança.

Acrescenta que, a despeito das conversas diárias da equipe multidisciplinar, a mãe tem se mostrado insatisfeita com a velocidade da evolução clínica do paciente. Entretanto, a criança apresenta comorbidades prévias e congênitas associadas, que tornam o tratamento mais prolongado, mas, ainda assim, observa-se melhora clínica significativa no paciente.

Ressalta ainda que a comunicação tem sido um foco importante do tratamento, compartilhando o plano terapêutico junto da mãe, como forma de permitir que ela tome conhecimento da abordagem atual, bem como dos próximos passos.

Por fim, reforça que há um esforço constante em melhorar a comunicação, a assistência e a relação com o paciente e a família, de modo que nos colocamos sempre à disposição para esclarecimentos.



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