As coincidências que envolvem a morte brutal de Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14, com os homicídios praticados pelo maníaco Lázaro Barbosa, que aterrorizou o Distrito Federal e o Entorno, não se restringem ao local das execuções e ao sobrenome dos assassinos. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou o suspeito de matar mãe e filha como Jeferson Barbosa dos Santos, 25. Ele era amigo do assassino em série, morto por força-tarefa que contava com mais de 200 homens, em 28 de junho de 2021, após 20 dias de fuga.
Segundo as investigações, Jeferson Barbosa costumava andar por Ceilândia acompanhado do irmão e de Lázaro Barbosa. Os três trabalhavam como carroceiros. Um celular roubado pelo maníaco, inclusive, foi localizado com o irmão de Jeferson.
Crime solucionado
Conforme a coluna revelou, após intensas investigações, policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) desvendaram o mistério que pairava sobre o assassinato brutal de mãe e filha em Ceilândia, ocorrido em dezembro de 2021. Autor do duplo homicídio, Jeferson Barbosa dos Santos é casado e deixou o DF na companhia da mulher. Ele é considerado foragido.
Shirlene e Tauane desapareceram em 9 de dezembro do ano passado ao sair para tomar banho no Córrego da Coruja. Os corpos, em avançado estado de decomposição, foram encontrados 11 dias depois, escondidos em um matagal.
Uma das hipóteses apuradas pela Polícia Civil é a de que Jeferson Barbosa tenha tentado estuprar a adolescente. Shirlene Silva, que estava grávida de 4 meses, teria reagido e avançado no autor. A mãe tinha marcas que sugerem que ela tentou se defender.
O laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) aponta que a gestante foi executada com 37 facadas. Um fato, entretanto, chamou a atenção dos investigadores: a única parte não atingida pelos golpes foi o ventre da mulher.
A menor, que estava sem o short, foi esfaqueada e estrangulada. Há indícios de que ela tenha sido morta após a mãe, o que aponta para uma “queima de arquivo”. Exames indicam que as duas não foram abusadas sexualmente.
Testemunhas
Depoimentos colhidos ao longo da investigação reforçam que Jeferson Barbosa teve contato com as vítimas. Moradores o viram descendo para o córrego no dia e horário em que as duas desapareceram.
Pessoas próximas ao criminoso detalharam que ele costumava se gabar afirmando que “se dava bem com as mulheres no córrego”. A polícia, entretanto, não descarta a participação de outro suspeito no crime.
Natural do município de Bom Jesus, no Piauí, Jeferson Barbosa saiu do Distrito Federal acompanhado da mulher com a justificativa de que iria passar o Natal na Bahia.
Após alguns dias, ele entrou em contato com o irmão, que mora na capital federal, e pediu oração. Disse “reza por mim” e voltou a ficar incomunicável.
O homem tem passagem na polícia do DF por lesão corporal e já foi vítima de tentativa de latrocínio. Agora, ele foi indiciado por homicídio, aborto – uma vez que Shirlene estava grávida e perdeu o bebê – e ocultação de cadáver.
Barbosa morava próximo ao Córrego da Coruja, onde os corpos foram encontrados cobertos por folhas. O autor trabalhava com o irmão como carroceiro e catador de material reciclável.