O governador de Alagoas, Paulo Dantas, reuniu a imprensa no final da tarde deste sábado, 02, para falar sobre os transtornos provocados nos municípios do Vale do Mundaú e do Paraíba, atingidos pelas fortes chuvas.
Dantas declarou que criou um Gabinete de Crise, formado pelo coordenador Estadual de Defesa Civil de Alagoas, Tenente Coronel BM Moisés Pereira de Melo, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, pelo coronel BM Jacques Wolbeck Godoy Amorim e o coronel André Madeiro, além da secretária-chefe do Gabinete Civil, Luíza Barreiros.
No pronunciamento, o chefe do Executivo falou sobre o novo decreto de emergência que irá ampliar o reconhecimento de calamidade pública para as cidades atingidas. No início do mês de junho sofremos com as fortes chuvas e agimos com prevenção e foi fundamental para salvarmos vidas, lembrou o governador.
“Desde ontem choveu mais agora do que em 2010, e atingiu os 102 municípios”, disse Paulo Dantas, afirmando que o estado é de alerta e atenção. O governador salientou que é baixo o apoio do governo federal diante da situação enfrentada pelos alagoanos.
Nas próximas horas, os municípios ribeirinhos devem estar atentos, alertou o governador. “Como coordenador do Gabinete de Crise, assumo todas as responsabilidades, como sempre fiz”.
“Vamos editar um decreto de emergência para diminuir a burocracia. Temos 29 municípios em situação mais grave que são Atalaia, Branquinha, Cacimbinhas, Cajueiro, Capela, Colônia Leopoldina, Dois Riachos, Limoeiro de Anadia, Matriz de Camaragibe, Major Isidoro, Paulo Jacinto, Pilar, Feliz Deserto, Jacuípe, Jundiá, Maragogi, São José da Laje, São Luís do Quitunde, Satuba, Taquarana, Viçosa, Quebrangulo e Pão de Açúcar”, afirmou, acrescentando que cerca de 300 pessoas estão trabalhando dia e noite salvando vidas, além de três helicópteros.
Sobre a situação das estradas, Dantas falou que as rodovias federais apresentam mais problemas que as estaduais e fez um apelo ao governo federal para que resolvam o problema da BR-104 em Limoeiro, BR-101, em Junqueiro, Novo Lino e Joaquim Gomes, que são pontos críticos.
"Queremos e vamos atender a todas as pessoas que estão sofrendo pelas fortes chuvas. Contem integralmente com nosso trabalho", concluiu Paulo Dantas.
O titular do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Helder Gazzaneo Gomes, disse que em Alagoas não há rodovias estaduais interditadas e afirmou que, quando as águas baixarem, poderão surgir mais problemas, porém reforçou que as medidas necessárias estão sendo tomadas.
“Vamos dar todo o auxílio para que cheguem colchões, água, alimentos e o auxílio chuvas para os desabrigados e desalojados”, reforçou. Coronel Moisés, titular da Defesa Civil Estadual, destacando que o número de desabrigados ainda está sendo levantado.
Cerca de 40 cidades estão com abastecimento de água paralisado e outros 25 municípios em situação de alerta. Equipes de caminhões e carros pipa foram acionadas para atender cidades em situação de emergência, afirmou o diretor da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Luiz Cavalcante Peixoto Neto.
O coronel Wolbeck, do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), falou que a corporação está atuando em 14 municípios, com todos os especialistas fazendo prevenção e, também, retirando pessoas que se encontram isoladas.
Vinícius Pinho, meteorologista da sala de alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), pontuou que "pela primeira vez na história recente de Alagoas todas as bacias ultrapassaram a borda hidrográfica ao mesmo tempo”, ressaltando que os níveis observados ultrapassam a cheia de 2010.
Apesar de ainda não haver um estudo, o meteorologista reforçou que os volumes de chuva registrados este ano foram maiores.
Fonte: Cada Minuto