O torcedor que assediou a repórter Jéssica Dias, da ESPN, enquanto ela trabalhava do lado de fora do Maracanã, quarta-feira, antes do jogo contra o Vélez Sarsfield, teve a prisão decretada após audiência de custódia no Juizado Especial Criminal, no estádio, e foi encaminhado para a 19ª DP, na Tijuca.
A decisão foi do juiz Antônio Aurélio, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos. Nesta quinta o torcedor, que, por ora, não teve o nome revelado, será levado para uma audiência em alguma unidade da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP). Se mantida a prisão, ele será transferido para um presídio.
A jornalista entrava ao vivo para falar do clima do jogo quando um torcedor se aproximou e, sem autorização, deu um beijo no rosto dela. Logo em seguida, a imagem voltou para o estúdio. O Flamengo repudiou a atitude do rubro-negro.
Advogados do Flamengo acompanharam o caso para dar suporte a repórter. O nome do torcedor que cometeu assédio, por ora, não foi divulgado.
A ação do torcedor do Flamengo causou revolta nas redes sociais e muitos prestaram solidariedade à repórter. O clube carioca se manifestou em seu perfil:
"O Clube de Regatas do Flamengo repudia o assédio cometido por um torcedor rubro-negro com a jornalista da ESPN Jéssica Dias durante reportagem antes da partida desta noite. É lamentável que atos repugnantes como este, que não representam a Nação Rubro-Negra, ainda aconteçam".
Flamengo venceu o Vélez por 2 a 1 e avançou para a final da Libertadores. A decisão será no dia 29 de outubro, contra o Athletico-PR.
"Nossa repórter Jéssica Dias foi hoje vítima de assédio na porta do Maracanã, onde trabalhava na cobertura de Flamengo x Velez. Atitudes como essa não cabem hoje no nosso planeta, seja em um jogo de futebol ou na casa de qualquer mulher. Nossa equipe que acompanhava a Jéssica conseguiu segurar o agressor e pediu à polícia que o encaminhasse para a delegacia do Maracanã.
Jéssica, como toda mulher deve fazer, registrou boletim de ocorrência. A ESPN e a Disney repudiam qualquer tipo de agressão contra as mulheres. A empresa vai dar todo apoio a nossa repórter e esperamos que o agressor seja punido com todo o rigor que a lei permite"