Mesmo com todo o planejamento em torno do nascimento da filha, a servidora pública Heloísa de Almeida Palmeira jamais imaginou que a pequena Diana viria ao mundo de uma maneira tão repentina: com fortes dores após deixar a maternidade em Ribeirão Preto (SP), onde tinha acabado de ser atendida, ela entrou em trabalho de parto na calçada, com a ajuda de um garapeiro que a socorreu.
“Eu pedi uma água de coco, estava com muita dor e gritando. Dei dois goles na água de coco e ela nasceu”, lembra.
O parto aconteceu em 12 de junho, quando Heloísa já tinha completado os nove meses de gestação e procurou o Centro de Referência em Saúde da Mulher com a suspeita de estar prestes a dar à luz. Ela afirma, no entanto, ter recebido medicações e que foi liberada, mesmo com dores.
Em nota, a diretoria do hospital informou que todos os cuidados e orientações com base em protocolos clínicos foram prestados.
Também comunicou que uma equipe de enfermeiros viu que o parto tinha acontecido e conduziu mãe e filha para dentro da unidade, onde elas foram atendidas e de onde receberam alta dois dias depois.
O parto
No dia da consulta, depois de ser liberada do hospital, Heloísa foi com o marido, o mecânico Fábio Palmeira, tomar água de coco em uma banca próxima à maternidade, mas não houve tempo nem para terminar a água nem para voltar ao centro de saúde.
As fortes contrações obrigaram a mãe a entrar em trabalho de parto ali mesmo. “Tentei segurar a mão dela o mais forte possível e passar força para ela . A primeira sensação que vem é aquele impacto de desespero”, afirma Fábio.
Foi nessa hora que o casal contou com a solidariedade do garapeiro Walter Silva Prado, que viu o desespero do casal. Ele ajudou o marido da gestante na realização do parto, que foi rápido, antes da chegada de profissionais da maternidade, e foi o primeiro a segurar Diana, assim que ela veio ao mundo.
Walter conta que não hesitou em ajudar quando foi atraído ao ouvir os gritos e pedidos de socorro.
“A primeira reação que vem é a de socorrer, não se sabe de que jeito mas a primeira reação é socorrer. Depois a gente vê o que acontece. Eu peguei a criança e dei para mãe”, relembra.
Depois do parto, a mulher e a criança foram atendidas pela equipe da maternidade e passam bem. Semanas depois do nascimento, a família, que vive em Jardinópolis (SP), fez questão de reencontrar o garapeiro para demonstrar gratidão.
Feliz com o gesto, o garapeiro garante que, se precisasse, faria tudo de novo. “A situação não é fácil não. Nada é por acaso.”